Dono de sebo de revistas masculinas vende coleção da 'Playboy' por R$ 73 mil
19/11/2024
Primeira edição da 'Playboy' foi em agosto de 1975 e a revista teve edições mensais até dezembro de 2017. O lote vendido tinha 915 itens, entre revistas, pôsteres, adesivos, livros e CDs. Capixaba vende coleção da revista Playboy por R$ 73 mil
Ninguém desapega por acaso de uma coleção, seja qual for, avaliada em R$ 73 mil. Mas foi exatamente o que aconteceu com um lote raro de 915 itens da revista "Playboy", vendido apenas quatro dias após o anúncio feito pelo dono de um sebo de revistas. Entre as capas raras, musas como Xuxa, Luciana Vendramini, Mara Maravilha, Claudia Ohana e Sônia Braga (veja vídeo acima).
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As revistas pertenciam a um tenente coronel da Polícia Militar do Estado de São Paulo, de 48 anos, e foram vendidas pelo empreendedor Lucas Hit, de 39 anos, que mora em Piúma, no Sul do Espírito Santo.
Ao g1, o militar comentou que sobre a decisão de vender o acervo.
"Foram anos enfrentando inúmeros ciúmes de namoradas com minha coleção da 'Playboy', mas a mantive mais firme que meus namoros. Não foi fácil e nem foi uma decisão financeira. Apenas percebi que era a hora certa de passar o bastão para um outro apaixonado pela 'Playboy'", disse.
A primeira edição da Playboy foi em agosto de 1975 e a revista teve edições mensais até dezembro de 2017. Lucas Hit, que teve a missão de encontrar o comprador, explicou foram necessários múltiplos esforços antes da efetivação da venda. Um deles foi o transporte das revistas do estado paulista para as terras capixabas, que custou R$ 1,5 mil.
"As revistas chegaram no Espírito Santo no dia 1º de agosto e foram três meses para eu catalogar e precificar todos os itens até eu fazer o anúncio oficial da venda", comentou o dono do sebo.
A coleção vendida foi anunciada na noite do dia 10 de novembro e vendida na sexta-feira (15) à tarde. O comprador, segundo o dono do sebo, é um empresário de Curitiba.
"Eu sempre imaginei que, quem fosse comprar, não seria necessariamente um colecionador. Sempre achei que seria um empresário ou alguém que quisesse investir. Foi isso que aconteceu... O comprador que entrou em contato no Instagram e disse que queria. Negociamos e logo efetivamos a compra dele. Parece ser jovem, de, no máximo, uns 40 anos", revelou Lucas Hit.
O acervo vendido por Lucas tem:
📖 551 revistas regulares;
📚 264 revistas edições especiais;
🖼️ 68 suplementos de edições regulares;
🖼️ 2 suplementos de edições especiais;
📕 27 livros;
💿 2 CD-ROMs;
🎵 e 1 LP.
Segundo Lucas, os suplementos dos exemplares eram, na maioria das vezes, algo entre pôsteres, adesivos, folders, calendários e os famosos Guias de Motéis.
"Vai custar uns R$ 2 mil para levar para Curitiba, o que é bem caro. Mas vale pela segurança. É uma carga preciosa, tem que ser bem cuidada", disse o dono do sebo, que ficou com 50% do valor da venda.
Da coleção de adolescente aos negócios
Lucas Hit vendeu coleciona revistas masculinas desde os 13 anos. Empreendedor mora em Piúma, no Sul do Espírito Santo
Reprodução
O acervo de Lucas está localizado dentro da casa onde mora e as vendas são somente on-line.
Aos 13 anos, ele começou a "Playboy" movido pela curiosidade que os exemplares despertavam nas crianças da década de 1990.
"Eu escondia os exemplares da minha mãe e, quando ela flagrava, eu dizia que era pela entrevista, aquela desculpa que homem dá, embora o interesse maior fosse nas fotos das musas. A "Playboy" era muito mais que uma revista, era um universo inalcançável para uma criança daquela época", contou ao g1.
A paixão evoluiu para um acervo próprio, com revistas não apenas da "Playboy", mas também de publicações como "VIP", "Sexy", "Status, "Ele Ela" e "GQ".
No entanto, foi em 2020, na pandemia de Covid-19, que o hobby se tornou profissão. Segundo Lucas, ele conseguiu uma oportunidade de trabalho em Rondônia naquele ano, deixando de lado o estado em busca de ascensão profissional.
"Fui para nunca mais voltar. O salário era muito alto e a proposta era incrível. Só que cheguei lá, trabalhei e não deu muito certo. Como tive uma experiência ruim, voltei para o Espírito Santo. Não tinha um dinheiro, trabalho, nada. A única coisa que vi como fonte de renda foi vender a minha coleção de revistas. Deu certo que nunca mais trabalhei na área da moda", comentou.
As musas e as edições mais cobiçadas
Algumas das capas das revistas Playboys
Reprodução
Entre as edições mais cobiçadas, estão algumas que marcaram história, como a da Xuxa, em dezembro de 1982, a da Luma de Oliveira, recordista de capas da "Playboy" no Brasil, e a da Claudia Ohana, famosa por quebrar padrões de beleza com uma capa em janeiro de 1985.
“A da Xuxa é a mais popular, mas os colecionadores, quando se reúnem ou falam sobre as revistas, conseguem classificar pelo menos 30 edições melhores do que a dela", brincou Lucas.
O empreendedor também já vendeu outros exemplares com valores que chamam atenção. Como a edição da "Playboy "que teve a capa estampada pela atriz Cleo Pires em agosto de 2010, que foi vendida por por R$ 26.750.
"Esta foi uma capa que a 'Playboy' fez e não foi vendida oficialmente. É a revista mais valiosa da história da 'Playboy' porque foram feitos apenas 100 exemplares e não foram vendidos oficialmente. Este exemplar não faz parte da coleção vendida, por exemplo. Ela é um plus, um souvenir especial para os colecionadores. Vendi para um comprador dos Estados Unidos", explicou.
Outra edição cobiçada no sebo de Lucas são as duas que trouxeram a também atriz Vera Fischer na capa, em janeiro dos anos 2000. O empreendedor já vendeu um exemplar deste por R$ 2,5 mil.
Apesar dos preços altos, o dia a dia do sebo é mais modesto.
"Vivo do picadinho. Vendo revistas a R$ 30. Tenho aqui na minha casa mais de 7 mil revistas para vender", destacou.
A paixão pelo universo das revistas é tamanha que Lucas tatuou a palavra 'Playboy' nos dedos, eternizando na pele a trajetória que começou como hobby: "Nunca imaginei que daria tão certo".
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Lucas Hit, dono de sebo no Espírito Santo que vendeu coleção da Playboy por R$ 73 mil
Álvaro Julião/Divulgação
Lucas tatuou as letras que formam a plavra Playboy nos dedos das mãos.
Reprodução
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